sábado, novembro 26, 2005

Por vezes os medos irracionais paralizam o nosso quotidiano e recebem o nome de fobias...


Foto de ShannonHourigan-float







Mas o que é isto de fobia??

Um fóbico vive, de facto, constantemente na esquiva das situações que possam desencadear os efeitos psicológicos do seu terror, ou seja, vive assustado.

Mas tudo se complica a sério quando se tem medo das relações humanas! O sofrimento das pessoas afectadas por esta fobia é imenso e o que as assusta incontornável: o olhar dos outros!

As pessoas que sofrem de fobia social não gostam de si mesmas, têm vergonha do seu comportamento. E algumas isolam-se e fecham-se em casa, para evitar qualquer contacto com os outros. Outras enontram a coragem de se confrontar com as situaçõesque lhes metem medo, mas defendem-se colocando tudo e todos em seu redor à distância, dando a impressão de uma frieza , de um snobismo detestável.Mas o preço a pagar é um stress recorrente que aumenta os distúrbios cardíacos e adia o tratamento do problema.

Todas as fobias, quer sejam ancoradas num fenómeno natural quer sobre si mesmos, são patologias crónicas que tocam os mecanismos cerebrais ligados ao medo. O coração de tudo isto não é aquele que bate, mas a amígdala cerebral. É por aí que entram e saem todas as informações ligadas à nossa percepão do perigo. Nos fóbicos, os sistemas de regulação do medo coordenado pela amígdala são diferentes do das pessoas que têm medos normais. Felizmente o nosso cérebro é plástico e capaz de aprender.

Ou seja, de se curar.

Excerto de um texto de Lisa Garnier(Science et Vie)


quinta-feira, novembro 10, 2005


Recomeça...
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,Vai colhe
ndoIlusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar
E vendo,
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.


Miguel Torga

quarta-feira, novembro 09, 2005

Eric Kellerman-TWILIGHT OF THE GODS



"Os outros fazem aquilo que querem das tuas palavras, enquanto que os teus silêncios os assustam."

San Antonio

terça-feira, novembro 01, 2005


Quero afastar-me do caos que me consome...diariamente.

segunda-feira, outubro 31, 2005


Noite de Saudade

A Noite vem poisando devagar
Sobre aTerra, que inunda de amargura...
E nem sequer a benção do luar
A quis tomar divinamente pura...

Ninguém vem atrás dela a acompanhar
A sua dor que é cheia de tortura...
E eu oiço a Noite imensa soluçar!
E eu oiço soluçar a noite escura!

Porque é s assim tão escura, assim tão triste?!
É que, talvez, ó Noite, em ti existe
Uma saudade igual à que eu contenho!

Saudade que eu sei donde me vem...
Talvez de ti, ó Noite!... Ou de ninguém!...
Que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho!!


Florbela Espanca, Sonetos

quinta-feira, outubro 27, 2005

Há dias em que me sento numa cadeira...





Olho à volta e as pessoas insistem em sorrir, mesmo estando a chover...

Alegria, euforia, entusiasmo,... e eu nada!
Nada sinto perante estes espectadores ansiosos por um sorriso ou uma gargalhada.
Não tenho vontade de rir, se o faço

é pelos outros!



Bolero do Coronel Sensível que fez Amor em Monsanto

Eu que me comovo por tudo e por nada
Deixei-te parada na berma da estrada
Usei o teu corpo, paguei o teu preço
Esqueci o teu corpo, limpei-me com um lenço.
Molhei-te à cintura de pé no alcatrão
Levantei-te as saias deitei-te no banco
Num bosque de faias de mala na mão
Nem sequer falaste, nem sequer beijaste
Nem sequer gemeste, mordeste, abraçaste
Tinhas 12 escudos, foi o que disseste
Tinhas quinze anos, dezasseis, dezasete
Cheiravas a mágoa à sombra dos pombos
A fazer-se em quarto a sua hora chiclet
Saiste do carro alisando a blusa
Respirei da janela rosto de aguarela
Puxem semi-fusa soltei o travão
Voltei para casa de chaves na mão
Sobrancelha em asa disso fiz serão
Ó filho, ó mulher repeti a fruta
Acabei a ceia larguei o talhão
Estendi-me na cama de ouvido à escuta
De perna cruzada e de olhos em chama
Só tinha na ideia teu corpo parado
Na beira da estrada e eu que me comovo
Por tudo e por nada...


Boitezuleika

Num mundo em constante mudança, cada vez mais mecanizado e sob stress, pouco espaço resta para emoções. O desejo de se ser exterior e interiormente perfeito, de se saber solucionar problemas de forma segura e tomar decisões, orientando-as pela crueza dos factos, parece tornar as emoções mais um empecilho do que uma vantagem. Mas as emoções fazem parte da natureza humana, e não é por acaso.
CORAGEM PARA MUDAR




Tal como qualquer capacidade, também a intelgência emocional tem de ser exercitada; para isso precisamos de espaços nos quais nos sentimos seguros.
Ao procurar novas pessoas com quem possamos experimentar os novos conhecimentos adquiridos ou ainda trocar experiências, estamos a alargar o conhecimento e a adquirir novas formas de comportamentos... ;)
Em pouco tempo verificamos que a capacidade de percepção modifica.


Seremos capazes de observar sentimentos e formas de comportamento humano, de um modo rápido e diferenciado?? E exercer influência sobre eles com êxito??

Não sei...

domingo, outubro 16, 2005

Há dias em que me apetecia matar o mundo!...

quinta-feira, setembro 15, 2005

Será
Será que ainda me resta tempo contigo,ou já te levam balas de um qualquer inimigo.Será que soube dar-te tudo o que querias,ou deixei-me morrer lento, no lento morrer dos dias.Será que fiz tudo que podia fazer,ou fui mais um cobarde, não quis ver sofrer.Será que lá longe ainda o céu é azul,ou já o negro cinzento confunde Norte com Sul.Será que a tua pele ainda é macia,ou é a mão que me treme, sem ardor nem magia.Será que ainda te posso valer,ou já a noite descobre a dor que encobre o prazer.Será que é de febre este fogo,este grito cruel que da lebre faz lobo.Será que amanhã ainda existe para ti,ou ao ver-te nos olhos te beijei e morri.Será que lá fora os carros passam ainda,ou estrelas caíram e qualquer sorte é bem vinda.Será que a cidade ainda está como dantes ou cantam fantasmas e bailam gigantes.Será que o sol se põe do lado do mar,ou a luz que me agarra é sombra de luar.Será que as casas cantam e as pedras do chão,ou calou-se a montanha, rendeu-se o vulcão.Será que sabes que hoje é domingo,ou os dias não passam, são anjos caindo.Será que me consegues ouvir ou é tempo que pedes quando tentas sorrir.Será que sabes que te trago na voz,que o teu mundo é o meu mundo e foi feito por nós.Será que te lembras da cor do olhar quando juntos a noite não quer acabar.Será que sentes esta mão que te agarra que te prende com a força do mar contra a barra.Será que consegues ouvir-me dizer que te amo tanto quanto noutro dia qualquer.Eu sei que tu estarás sempre por mim não há noite sem dia, nem dia sem fim.Eu sei que me queres, e me amas também me desejas agora como nunca ninguém.Não partas então, não me deixes sozinho Vou beijar o teu chão e chorar o caminho.Será,Será,Será!Pedro Abrunhosa

quarta-feira, setembro 14, 2005

Geoffroy Demarquet
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Será à força de ressumarem do meu espírito que acendem no mundo o brilho de uma lucidez cruel? Parece-me falso, este velho mundo que outros descrevem como uma sucessão de maravilhas. De morrer de tristeza, este mundo dos humanóides com as suas pil**, os seus humores, as suas mentiras, e tanta arrogância, desprezo, vaidade. Mas é vir-me que quero, e não morrer. A não ser que as duas coisas se confundam, se assemelhem.
Ninguém me diz uma palavra. Algumas das minha companheiras sustentam, CAGONAS, que souberam o que é o orgasmo à segunda ou terceira relação. Merda para as mentirosas ou então, aí está, sou eu que sou doida. a menos que seja simplesmente anormal, que falte alguma peça à minha panóplia de rapariga, como hei-de saber? Estava inquieta, só isso.
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Frederic Gaillard

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A minha mão estava decidida, tremia-me o corpo todo, as minhas pernas só se aguentavam de pé graças ao hábito, ou pouco mais, da posição vertical. Tentara desenhar a forma do seu sex* através da química de um espírito demasiado perturbado que nada retivera. A respiração dele tornara-se mais acelarada. Na minha boca, a sua língua abandonara-se a uma lentidão nunca antes conhecida. Com medo, tirei a minha mão e afastei-me dele. Não! Ele voltara a apanhar-me nos seus braços e dissera: «Amo-te». E aí, não sei porquê, desatei a rir. O amor, que disparate!

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