segunda-feira, fevereiro 05, 2007

domingo, fevereiro 04, 2007

..digo-te

Digo-te..

..de dentro de uma esfera cúbica,

em tudo semelhante à tua,

que estás antes..

..do mero jogo a branco e negro

pelo chão simétrico.

Procuro-te

o queixo

que

não vejo

com dedos invisíveis

que talvez nem sintas,

e digo-te

que nem todas as coisas

traçadas se esfumam por igual

na quadrícula dos universos geométricos.

E, então,

esgueiro-me

por entre os quatro segmentos da tua base,

corto uma secante ao tranvés da tua porta,

e deito-me à espera do teu regresso a casa..

O..X

(...primeiras impressões...)



Emily Dickinson

22

I gave myself to him,
And took himself for pay.
The solemn contract of a life
Was ratified this way

The value might disappoint,
Myself a poorer prove
Than this my purchaser suspect,
The daily own of Love

Depreciates the sight;
But, 'til the merchant buy,
Still fabled, in the isles of spice
The subtle cargoes lie.

At least, 'tis mutual risk,—
Some found it mutual gain;
Sweet debt of Life,—each night to owe,
Insolvent, every noon.

Conselho de um velho apaixonado


Quando encontrares alguém e esse alguém fizer o teu coração parar
De funcionar por alguns segundos, presta atenção:
pode ser a pessoa mais importante da tua vida.

Se os olhares se cruzarem e, nesse momento, houver omesmo brilho intenso entre eles,
fica alerta: pode ser a pessoa que tu estás à espera desde o dia em que nasceste.

Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante,
e os olhos se encherem de água nesse momento,
percebe: existe algo mágico entre vocês.

Se o 1º e o último pensamento do teu dia for essapessoa, se a
agradece: Algo do céu te mandou um presente divino:
O AMOR.


Se um dia tiverem que pedir perdãoum ao outro por algum

motivo e,
Em troca, receberes um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos
e os Gestos valerem mais que mil palavras,
entrega-te: vocês foram feitos um para o outro.

Se por algum motivo estiveres triste, se a vida te deu uma rasteira e a
outra pessoa sofrer o teu sofrimento, chorar as tuas lágrimas e enxugá-las com ternura:
poderás contar com ela em qualquer momento da tua vida.

Se conseguires, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do teu lado...

Se achares a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijama velho, chinelos de dedo
e cabelos emaranhados...

Se não conseguires trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo
Encontro que está marcado para a noite...

Se não consegues imaginar, de maneira nenhuma, um futuro
sem a Pessoa ao teu lado...

Se tiveres a certeza que irás ver a outra envelhecendo...e, mesmo assim,
tiveres a convicção que vais continuar sendo louco Por ela...

Se preferires fechar os olhos, antes de ver a outra partindo:
é o Amor que chegou na tua vida.

Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas
poucas amam
Ou encontram um amor verdadeiro.
Às vezes encontram e, por não prestarem atenção nesses
Sinais, deixam o amor passar, sem deixá-lo acontecer verdadeiramente.
É o livre-arbítrio.

Por isso, presta atenção aos sinais.
Não deixes que as loucuras do dia-a-dia te deixem cego
para a melhor coisa
da vida: o AMOR!!! Ama muito.....muitíssimo.......

Do grande poeta: Carlos Drummond de Andrade

Por tudo o que passamos... e o que não passamos...
Jamais o nascer do sol terá o mesmo sabor...
I miss you

<<·.¸¸.·´¯)·´¯)


Quanto de ti, Amor...

Quanto de ti, amor, me possuiu no abraço
em que de penetrar-te me senti perdido
no ter-te para sempre -
Quanto de ter-te me possui em tudo
o que eu deseje ou veja não pensando em ti
no abraço a que me entrego -
Quanto de entrega é como um rosto aberto,
sem olhos e sem boca, só expressão dorida
de quem é como a morte -
Quanto de morte recebi de ti,
na pura perda de possuir-te em vão
de amor que nos traiu -
Quanta traição existe em possuir-se a gente
sem conhecer que o corpo não conhece
mais que o sentir-se noutro -
Quanto sentir-te e me sentires não foi
senão o encontro eterno que nenhuma imagem
jamais separará -
Quanto de separados viveremos noutros
esse momento que nos mata para
quem não nos seja e só -
Quanto de solidão é este estar-se em tudo
como na auséncia indestrutível que
nos faz ser um no outro -
Quanto de ser-se ou se não ser o outro
é para sempre a única certeza
que nos confina em vida -
Quanto de vida consumimos pura
no horror e na miséria de, possuindo, sermos
a terra que outros pisam -
Oh meu amor, de ti, por ti, e para ti,
recebo gratamente como se recebe
não a morte ou a vida, mas a descoberta
de nada haver onde um de nós não esteja.



Jorge de Sena
in Visão Perpétua
Agosto 1967